O INEGI – Instituto de Ciência e Inovação em Engenharia Mecânica e Engenharia Industrial e a STCP – Sociedade de Transportes Colectivos do Porto, aliaram-se para aumentar a segurança nos carros elétricos do Porto. O Instituto, em parceria com a operadora de transportes, está a desenvolver um sistema de "homem-morto" inovador, capaz de monitorizar em andamento a capacidade física do guarda-freio para conduzir.

Em caso de desmaio ou incapacidade do guarda-freio para continuar a condução, o sistema imobiliza o veículo. Tudo isto será implementado preservando as caraterísticas históricas dos veículos.

"Os sistemas de ‘homem-morto’ tradicionais, usados por exemplo nos comboios, obrigam o condutor a pressionar periodicamente num pedal ou num botão para sinalizar que está bem de saúde e capaz de conduzir. O que desenvolvemos vai além, ao monitorizar também a postura do guarda-freio", explica José Barbosa, responsável pelo projeto no INEGI.

Através de um sistema de scanner 2D é detetada a incapacidade de o guarda-freio se manter em pé ou numa posição semi-sentado – posições em que habitualmente são conduzidos os elétricos no Porto –, sendo imobilizado o veículo em segurança.

O primeiro protótipo deste sistema já foi testado, com sucesso, num carro elétrico em circulação. O próximo passo é robustecer a tecnologia e alargá-la aos restantes elétricos da frota da STCP em 2025. O sistema é adaptado às especificidades de cada veículo, permitindo manter a sua traça histórica.

Para a Presidente do Conselho de Administração da STCP, Cristina Pimentel, esta colaboração é um "exemplo claro de como a tradição e a inovação podem coexistir e contribuir para a criação de um ambiente de trabalho mais seguro para os nossos colaboradores e proporcionar um meio de transporte mais seguro e fiável para os passageiros."

Esta já não é a primeira parceria entre o INEGI e a STCP com vista à melhoria da segurança do material circulante. Há quase duas décadas, o Instituto desenvolveu e implementou freios de emergência em todos os históricos elétricos.

O projeto serviu para implementar outras melhorias nos veículos, nomeadamente a introdução de alimentação elétrica de 24V, possibilitando a implementação de sistemas elétricos auxiliares, como o sistema de bilhética, piscas, iluminação, Wi-Fi e limpa para-brisas.

Em ambos os projetos, o maior desafio passa pela inclusão de tecnologia moderna em veículos históricos, preservando a sua traça histórica e mantendo inalteradas as suas características originais.

Porto, 2 de abril de 2025

Sobre o INEGI: É um Centro de Tecnologia e Inovação (CTI), vocacionado para a realização de atividades de investigação e de inovação de base tecnológica, transferência de tecnologia, consultoria e serviços tecnológicos, orientadas para o desenvolvimento da indústria e da economia em geral. Contando já com mais de 35 anos de experiência, o INEGI atua num conjunto alargado de mercados e setores, nomeadamente: indústria; bens de equipamento; automóvel e transportes; aeronáutica, espaço e defesa; economia do mar; infraestruturas; saúde e desporto; e energias renováveis.